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  • Foto do escritorMiguel Rossetto

Para que nunca se esqueça. Para que nunca se repita

Se mais uma vez, forem perdoados, não teremos mais voz quando estes bárbaros voltarem a atacar a democracia


vândalos destroem Brasília
Atos antidemocráticos de oito de janeiro

Dia 8 de janeiro de 2023 foi muito mais que a explosão espontânea de uma turba irracional.  Certamente não foi um convescote de idosos exaltados, jovens transtornados e pastores espertos. Nada ali foi por acaso e nada ali era inofensivo.


Na verdade 8 de janeiro começa antes do dia 8 e bem antes do ano de 2023.


Dia 08 começa a ser urdido em cada ato do governo Bolsonaro que questionava o poder judiciário, atacava o processo democrático, as urnas eletrônicas, o tribunal eleitoral e as próprias eleições. Testava a cada minuto as condições para o golpe e a destruição da democracia. Nesta sua visão doentia só um resultado podia confirmar a valência da democracia: sua própria vitória.


Quando ela não se confirmou, apesar do maior abuso do poder político e econômico da história da república, 8 de janeiro começou a ser urdido.


Nada disto foi segredo. Nada disto foi escondido. O ato foi convocado amplamente sob o nome de “Festa da Selma”, que de tão explícito todos sabiam o que se tratavam antes que acontecesse. Foi precedido por acampamento em frente a quartéis pedindo golpe ( o que é crime tipificado) e pela noite do caos em Brasília, em 12 de Dezembro, onde apoiadores do candidato derrotado saíram as ruas quebrando tudo o que encontraram, incendiaram veículos e ônibus. Ninguém foi preso. E os acontecimentos se deram em frente à sede da polícia federal. E como ninguém foi preso, dia 24 de dezembro, outros bolsonaristas tentaram explodir um caminhão de combustível em pleno aeroporto de Brasília.


Das forças de segurança, não houve “falhas vergonhosas ou erro de avaliação”.  Conforme relatório da CPMI do Senado e da Câmara, Generais e Coronéis do exército, Coronéis e Oficiais da PM, Oficiais do GSI, todos identificados todos responsáveis com ações ou omissões premeditada, todos com participação ativa.


Assim se constrói um golpe: porque desculpamos que criminosos peçam um golpe de estado (um crime) em frente a quartéis, eles queimam a cidade, como ninguém é punido, eles tentam matar milhares de pessoas explodindo um aeroporto. Cada concessão aos intransigentes só leva a mais intransigência e violência.


Encorajados por tudo isto armaram a infâmia suprema, a derrubada violenta da democracia. Foi um ato pensado, planejado, financiado e com conhecidos cúmplices, como o GSI que estranhamente deu folga ao efetivo no dia do assalto, como o governo do Distrito Federal que assistiu impávido à destruição aviltante.


Se mais uma vez, forem perdoados, não teremos mais voz quando estes bárbaros voltarem a atacar a democracia, pois como diz o poema de Eduardo Alves da Costa


Na primeira noite eles se aproximam

e roubam uma flor

do nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem:

pisam as flores,

matam nosso cão,

e não dizemos nada.

Até que um dia,

o mais frágil deles

entra sozinho e nossa casa,

rouba-nos a luz e,

conhecendo nosso medo,

arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.


Eles já roubaram bem mais que uma flor de nosso jardim. Não deixaremos que fiquem impunes. Devemos punir exemplarmente todos aqueles que, com farda ou sem farda, conspiraram contra a democracia. Para que nunca se esqueça. Para que nunca se repita!

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